A terapia fetal não cirúrgica inclui tratamentos realizados à mãe para prevenir ou tratar doenças do feto. Entre as medicações mais comuns aplicadas, estão os corticoides e a imunoglobulina anti D.
Corticoides (betametasona) - utilizados para amadurecimento dos pulmões do bebê (principalmente em fetos sob risco de nascimento prematuro) mas também para tratamento de algumas malformações. Imunoglobulina anti-D – medicação usada de forma preventiva para gestantes com fator Rh sanguíneo negativo. É aplicada de forma rotineira ao redor de 28 semanas de gestação, mas também após procedimentos invasivos ou episódios de sangramento. Seu uso é feito para evitar a ocorrência da isoimunização Rh, uma condição em que os anticorpos maternos destroem as células do sangue do feto (hemácias) e causam anemia fetal. |
As arritmias cardíacas podem ocorrer durante a vida fetal. O diagnóstico correto é feito através da ecocardiografia fetal. A frequência cardíaca fetal normal pode variar entre 120 e 170 batimentos por minuto (bpm), variando com a fase da gestação.
A forma mais comum são as chamadas extrassístoles ou batimentos prematuros, situação onde os batimentos cardíacos ocorrem de forma irregular. Podem ser detectadas durante a consulta obstétrica quando o médico percebe, com a utilização de sonares, alterações no padrão dos batimentos. Normalmente não requerem tratamento e tendem a normalizar ao longo da gestação.
As taquiarritmias fetais são situações mais graves, onde o coração fetal pode apresentar frequências cardíacas muito altas, como 200 a 300 batimentos por minuto. Nessas situações o coração não consegue bombear o sangue adequadamente e, se não forem revertidas, levam a quadros de insuficiência cardíaca e hidropsia fetal (acúmulo de líquidos no tórax, abdome e na pele) podendo ocorrer óbito fetal. Uma vez detectadas corretamente, as taquiarritmias fetais devem ser tratadas através do uso de medicamentos antiarrítmicos que são dados por via oral para a mãe em doses mais altas que as habituais e que passam para o feto através da placenta. Esses tratamentos geralmente requerem a internação hospitalar da mãe.
As bradicardias fetais são situações onde o coração fetal apresenta batimentos mais lentos que o habitual (abaixo de 110 bpm). Quando persistentes podem ser causados pelos chamados “bloqueios atrioventriculares” e são mais comuns em casos onde as mães apresentam alguma doença reumatológica. Quando os batimentos cardíacos fetais se tornam muito baixos (abaixo de 60 bpm) há risco de insuficiência cardíaca e óbito fetal.
Esses casos necessitam acompanhamento com cardiologista fetal durante a gestação, podendo ser necessário o tratamento com medicações ou a antecipação do parto para possibilitar implante de marca-passo no bebê.
Fonte: Site Cuidando do seu coração